LATITUDE 70º - PONTOS MAIS EXTREMOS DA TERRA.
Roy e Michelle estão de volta no “Desviantes”. Depois de nos contar sobre os aprendizados da expedição Mundo por Terra, agora eles trazem uma novidade: Mundo por Terra – Latitude 70º. No próximo domingo, 17 de agosto, o casal parte para mais uma volta ao Mundo, mas dessa vez com um novo objetivo: alcançar de carro os pontos mais extremos da Terra, atingirão a Latitude 70º Norte em 3 pontos no globo, Prodhoe Bay – Alasca, Nord Kap – Noruega e Pevek – Rússia. Além disso, carregarão com eles dois parapentes e um paramotor, que serão usados para fazer imagens de um Mundo também visto por Ar. O Planeta Terra possui um território de 510,3 milhões de km², divididos entre 246 países (ISO), que são o lar de mais de 7 bilhões de pessoas. Com tanta coisa para conhecer no Mundo, Roy e Michele são verdadeiros Desviantes, que nos ensinam que é possível viver em um Mundo muito maior e que, na verdade, as únicas fronteiras que existem são aquelas que nós mesmos nos colocamos.
Confira a entrevista de Roy e Michelle sobre o novo desafio Latitude 70º.
“O mundo está aberto, porque temos que nos isolar dentro do nosso dia-a-dia, dentro dos nossos comodismos e confortos?”. (Mundo por Terra).
(DESVIANTES) Em 23 de dezembro de 2009, vocês completaram 1.033 dias de viagem, chegando ao fim da expedição Mundo por Terra. Agora, quase 5 anos depois, vocês estão partindo para uma nova expedição, desta vez por 900 dias. No dia em que a expedição Mundo por Terra chegou ao fim, vocês já imaginavam um novo projeto de volta ao mundo? Como surgiu a ideia de realizar uma nova expedição?
Já era certo, mesmo antes de chegarmos da primeira viagem que não iríamos parar e que viajaríamos novamente, nos mesmos moldes, mas por caminhos diferentes. E também já era certo que seria mais uma volta ao mundo. Mas com tanto trabalho pós-viagem nas exposições de fotos; no livro, que levou 20 meses para ser concluído; e nas palestras, acabamos dando tempo ao tempo, sem atropelar as coisas. Foi no final de 2012 que decidimos viajar no segundo semestre de 2014 e só no ano passado definimos a data: 17 de agosto de 2014.
Na última entrevista do Mundo por Terra para o Desviantes, vocês citaram que para fazer a primeira viagem de volta ao mundo, vocês largaram a vida de certezas, conforto e estabilidade e saíram rumo ao incerto. Nós imaginamos que o dia a dia de uma expedição seja uma verdadeira aventura. Após o fim da expedição Mundo por Terra, vocês sentiram necessidade de procurar novos sonhos e desafios?
Com certeza. O que nos mantêm vivos e nos motiva são os nossos sonhos e os desafios que temos que enfrentar. Então eles sempre devem existir em nossas vidas. Quando retornamos, tínhamos duas opções: engavetar todas as nossas histórias ou compartilhá-las. Optamos pela segunda. Trabalho não faltaria para preencher os nossos dias. Montar uma exposição fotográfica, levá-la aos principais shoppings centers do sul do Brasil, escrever um livro, tornar esse livro conhecido e acessível (já são quase 9.000 cópias vendidas), ministrar palestras em grandes empresas, foram grandes desafios que nos propomos na volta pra casa. Desafios superados e sonhos realizados. Mas a história tem que continuar e por isso vamos voltar para a estrada.
Na nova expedição, Latitude 70º, vocês estão trazendo uma novidade: documentação de imagens aéreas voando de parapente e paramotor. O engraçado é que a ideia surgiu a menos de um ano atrás, quando vocês não sabiam voar com esses equipamentos e agora, na véspera da viagem, já são verdadeiros pilotos de paramotor. Qual é o segredo para transformar uma ideia em realidade em tão pouco tempo?
O segredo está em correr atrás do que realmente queremos. Não adianta apenas querer se não fazemos acontecer.
O Roy sempre foi do ar. Salta de paraquedas a mais de vinte anos, tendo participado de recordes e campeonatos brasileiros, bem como se tornou instrutor e piloto de salto duplo. Até que há um ano atrás, vimos na TV alguém tentando quebrar um recorde de altitude de paramotor. Confessamos que nem conhecíamos essa modalidade! Foi paixão a primeira vista. O Roy sempre tinha esse sonho, de voar sem depender de um avião, um aeroporto, grandes equipamentos, etc… Seu sonho era poder voar com o que coubesse em uma mochila e pudesse decolar de qualquer lugar. Encontramos isso no paramotor.
Ele compartilhou com a Michelle a ideia e, por ela ter sangue aventureiro, topou na hora e disse que também gostaria de voar. Procuramos a SOL Paragliders, empresa de Jaraguá do Sul que fabrica velas de voo livre e de paramotor e eles embarcaram em nosso sonho sem hesitar. Aprendemos a voar livre primeiramente, até que fizemos outra parceria com a Escola Brasileira de Paramotor, do Lu Marini, atleta que cruzou toda a extensão da Transamazônica de Paramotor, bem como toda costa Brasileira. Ambos nos cederam equipamentos e instruções necessárias para que, com toda segurança, possamos ampliar nossos pontos de vista na viagem. A ideia, na verdade, é fazer imagens aéreas.
Um ano foi tempo suficiente para tirarmos o sonho de nossas cabeças e o tornarmos realidade. Vale a pena correr atrás do que queremos.
Aqui entra uma frase que estamos usando como nossa filosofia:
“No momento em que uma pessoa assume um compromisso com os seus sonhos, a providência começa a funcionar a seu favor e coisas começam acontecer”.
Mas nada acontece antes que a pessoa se projete para a ação. Seja o que for que você sonhe fazer: faça! A coragem de começar tem gênio, poder e magia. Comece agora.” W. Goethe.
A primeira expedição deve ter sido um grande aprendizado para vocês. O que vocês aprenderam na primeira expedição, e que estão levando como experiência para a expedição Latitude 70º? Vocês se consideram mais preparados para encarar o mundo nesta segunda vez?
Muitas pessoas nos perguntam o que aprendemos e temos dificuldade em responder, pois são tantas coisas, algumas conscientes e outras inconscientes, que fica até difícil explicar e principalmente colocar em palavras. A simplicidade é a porta para todos os caminhos. Aprendemos a ser tolerantes, a nos comunicar, a levar a vida mais leve, aprendemos muito sobre nós mesmos e um sobre o outro como casal. Mas o principal foi que aprendemos a nos virar diante de todas as situações que surgiam em nosso caminho. A experiência de viver dentro do carro e o que precisamos levar e o que não precisamos já conta muito, tanto que nosso carro foi reconstruído para essa segunda expedição. Com certeza estamos também mais preparados quanto a planejamento, documentos, burocracia, itinerário... Mas como respondemos na sua segunda pergunta, o que nos motiva são os desafios e sempre estamos buscando novos. Nessa segunda volta ao mundo, estaremos cruzando regiões desconhecidas para nós e com certeza teremos que aprender muitas coisas ainda. Também pretendemos cruzar o extremo leste da Rússia (no inverno!), com temperaturas abaixo dos (-)50 graus Celsius. Esse será nosso maior desafio. Por mais estranha que seja essa decisão de irmos para a região mais fria do mundo, no inverno, ela é também lógica. É nessa época que o trânsito acontece por lá. É necessário esperar os rios congelarem para que eles virem estradas, as famosas Zimnik, em russo. Dirigir em estradas congeladas, suportar o frio de -50ºC por um longo período, descobrir como as pessoas sobrevivem nesses locais e sobreviver também será nosso maior desafio, com certeza. Vivemos no sul do Brasil, mas nunca tivemos uma experiência de frio extremo assim.
Estarmos vivos é uma das grandes inspirações. O mundo está aberto, porque temos que nos isolar dentro do nosso dia a dia, dentro dos nossos comodismos e confortos? Por que não saber como as pessoas lá do outro lado do mundo vivem? Por que não ir ver o Everest? Encarar um leão na África? Provar uma comida diferente? Todas essas experiências comprovam que estamos vivos e que pertencemos a esse mundo. A vida passa rápido, se não corrermos atrás do que queremos, do que sonhamos (seja qual for o nosso sonho), agora, a vida passará e lá no final sentiremos aquela sensação de não termos cumprido nossa missão. Queremos chegar ao fim de nossas vidas e dizermos: “Nós gostamos de nossa história!”.
Dados do Projeto Mundo por Terra - Latitude 70º.
Descrição.
O grande objetivo é alcançar de carro os pontos mais extremos da Terra em direção aos polos. Ai surgiu: Mundo por Terra – Latitude 70º. Roy e Michelle pretendem atingir a Latitude 70º Norte em 3 pontos no globo: Prodhoe Bay – Alasca, Nord Kap – Noruega e Pevek – Rússia. Esse último será o mais desafiador, já que somente é possível de ser atingido de carro no inverno, quando os rios congelam e viram estradas, as famosas Zimnik (estradas de inverno), em russo.
Objetivos Gerais.
- Segunda volta ao mundo de carro.
- 900 dias.
- 120 mil quilômetros.
- 50 países.
- Inverno acima do Círculo Polar Ártico.
- Registrar a expedição não só por fotos, mas também através de vídeos.
Objetivos Sociais.
1) Buscar as histórias de como vivem os casais nos locais mais longínquos do planeta.
2) Desenvolver um programa educacional para escolas.
3) Registrar as mudanças climáticas e ambientais do planeta.
Quer conhecer mais sobre o Latitude 70º e outras aventuras de Roy e Michelle?
Website: mundoporterra.com.br
Facebook: /MundoPorTerraUmaFascinanteVoltaAoMundoDeCarro
Livro: Mundo Por Terra - Uma Fascinante Volta ao Mundo de carro.
www.desviantes.com.br
kombosaelvira2009.blogspot.com.br